Arquivos Mensais: abril \30\America/Sao_Paulo 2018

Link para o livro “Da linguagem oral à língua escrita”

Presentinho de véspera de Dia do Trabalho, com uma homenagem nossa todos os trabalhadores, particularmente aos trabalhadores da educação! Mas o livro é muito legal para pais também!

Trata-se do livro Da Língua Oral à Língua Escrita: desenvolvimento dos 3 aos 6 anos para pais e professores das fonoaudiólogas Renata Mousinho, Evelin Schmid, Fernanda Mesquita e Gladis dos Santos que são fonoaudiólogas, especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro e ligadas ao Projeto ELO – escrita, leitura e oralidade. Esse projeto fica localizado no Centro de Referência em Dislexia da UFRJ, localizado no Instituto de Neurologia Deolindo Couto da mesma universidade, no campus da Praia Vermelha, pertinho do Pão de Açúcar no Rio de Janeiro. O Projeto ELO atende 50 crianças em idade escolar em um ambulatório de transtornos da leitura e da escrita, oferece também orientações a pais e palestras para profissionais.

As quatro profissionais do Projeto escreveram o livro e disponibilizaram a versão em PDF para que as famílias e profissionais da educação pudessem ter acesso sem custo. A versão em papel foi distribuída gratuitamente, entre outras, para os profissionais da educação da Prefeitura do Rio de Janeiro. Quem se interessar, pode baixar o arquivo e imprimir o seu para grupos de estudo, por exemplo. Esse projeto teve o patrocínio do Instituto ABCD (do qual sou conselheira), que trabalha o tema da dislexia e transtornos de aprendizagem em várias frentes.

O livro explica em termos super simples o que é a linguagem oral e a escrita e como elas são inerentes à convivência social entre seres humanos, embora aprender a se comunicar oralmente seja bem mais fácil e natural que a ler e a escrever. COmentário meu: essa diferença é a raíz de um dos problemas mais sérios da educação brasileira – tem muita gente da área que acha que é quase a mesma coisa….aí todo mundo aprende a falar, mas só a metade dos brasileiros que frequentam a escola aprendem a ler e a escrever corretamente.

A linguagem e suas formalidades não são algo feito para encher a cabeça ou oprimir quem não fala corretamente, uma percepção bastante difundida, mesmo entre educadores, que, por exemplo, acham que Gramática é algo menos importante. As regras de cada língua ajudam a organizar as ideias para que se possa comunicar de maneira efetiva. Esse processo começa com os bebês!

O livro explica em detalhes cada etapa do desenvolvimento das crianças, dos 3 aos 6 anos de idade, com exemplos bem simples para que qualquer um possa acompanhar. A terceira parte explica como cada tipo de brincadeira ajuda no desenvolvimento global das crianças. As inocentes brincadeiras fazem parte da intenção de desenvolver as crianças e fazer com que elas aprendam….

 

Boa leitura!

Finlandês não abraça árvore para educar seus alunos!

Embora escandinavos amem a natureza e apresentem um comportamento civilizado e colaborativo que, para nós brasileiros superixpertus, pode parecer um pouco ingênua e utópica, na Finlândia, a impressão de que é um ensino solto, bagunçado e espontâneo que levou seus alunos ao topo do Pisa é totalmente equivocada!!!

Nesta segunda feira a Folha de S. Paulo publicou uma entrevista com o Prof. Pasi Sahlberg, que foi Diretor Geral do Ministério da Educação da Finlândia. Quem entrevistou o Prof. Pasi Sahlberg foi o jornalista Fábio Takahashi e eles abordaram a questão polêmica do uso de celulares e smart phones em escolas. Ele está no Brasil e explicou direitinho o que conta em seus livros, dois deles lançados no Brasil. Um deles, hoje: a versão em Português de seu livro Lições Finlandesas 2.0 no I CONGRESSO DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E CONHECIMENTO DO SESI-SP.

O evento acontece hoje e amanhã no prédio da Fiesp em São Paulo, com transmossão ao vivo pela internet.  Eu gostaria de comentar quatro aspectos sobre a política educacional da Finlândia e o que o Prof. Sahlberg tem a contar que podem interessar aos educadores brasileiros :

1) o congresso do Sesi parece ser muito interessante, recomendo muito que quem não possa ir que o assita pela internet. É só procurar no Google pelo nome do Congresso: I CONGRESSO DE EDUCAÇÃO, TECNOLOGIA E CONHECIMENTO DO SESI-SP, ou entre direto no link ao vivo: http://cetec.sesisp.org.br/aovivo.html

2) Eu não li o livro novo do Prof. Sahlberg, mas, sim, li o livro anterior – Lições Finlandesas: o que o mundo pode aprender com a mudança educacional da Finlândia (2010) que já está traduzido para o Português pela Editora da Universidade Federal Fluminense e pode ser comprado pelo site da editora:

http://www.eduff.uff.br/index.php/livros/733-licoes-finlandesas-o-que-o-mundo-pode-aprender-com-a-mudanca-educacional-na-finlandia

Embora eu não tenha a versão em Português, portanto, não tenha como saber se a tradução é boa, o livro original é sim muito bom para compreender a política educacional da Finlândia.  Portanto, recomendo fortemente a sua leitura. Ultimamente, vários artigos vêm trazendo uma percepção equivocada sobre a educação na Finlândia, alguns até sendo usados como marketing de escolas privadas que dizem ter formado seus professores na Finlândia ou seguindo “princípios finlandeses”. Se alguém quiser saber quais são esses princípios, é bom ler o livro e, principalmente, os currículos antigos do governo finlandês, que estão na internet (links logo baixo). Os novos, infelizmente, estão disponíveis online, mas é preciso comprá-los.

3) Recentemente o Prof. Sahlberg ficou no meio de uma polêmica sobre o banimento de celulares e smart phones em escolas. Em resposta a um crescente movimento de governos de alguns países no sentido de banir o uso desses aparelhos em ambientes de ensino para crianças e jovens, ele recomenda que os alunos aprendam com seus professores a melhor forma de usá-los. Mesmo que ele encare com grande preocupação o uso indiscriminado de aparelhos eletrônicos com acesso a internet por pessoas sem maturidade suficiente e que concorde que a forma mais simples de resolver esse problema seja o simples banimento, ele não acha que seja a melhor solução, apenas a mais simples. Para acompanhar a polêmica, é melhor ir para o site do Prof.:

https://pasisahlberg.com/

4) o último ponto é justamente o que é central na política educacional da Finlândia: O CURRÍCULO! O próprio Prof. Sahlberg explicou hoje em sua palestra que essa história de que a Finlândia vai abolir as disciplinas em seu currículo é totalmente fake news. Assim como dizer que finlandês não faz lição de casa! Ele diz que é impossível alguém jogar bem futebol sem treino, assim como é necessário praticar muito para ir bem nas disciplinas. Ele conta que essa confusão toda se deu por causa de um documentário do Michael Moore “Where to Invade Next”.

https://en.wikipedia.org/wiki/Where_to_Invade_Next

O endereço para o verdadeiro segredo dos finlandeses – os seus currículos super especificados – a partir dos quais são formados seus professores e toda a cadeia de planejamento e operação pedagógica, está aqui:

http://oph.fi/english/curricula_and_qualifications/basic_education/curricula_2004

Mas aqui vai uma “palhinha” sobre o quão detalhado é o currículo na Finlândia:

Curriculo_Finlandia